terça-feira, 14 de abril de 2009

A TEORIA NA PRÁTICA: ENTRAVES E POSSIBILIDDES PARA O ENSINO/APRENDIZAGEM


“Os dilemas fazem parte da vida cotidiana nas salas de aula e transformam-se em desafios para a profissão. Da mesma maneira que fazem parte dos nossos problemas como professores, podem constituir espaços de aprendizagem profissional. Os dilemas são um magnífico instrumento para a análise e a melhoria das aulas.” (Miguel Zabalza)

O ato de pesquisar está intimamente ligado ao ato de aprender, isto porque, a partir da investigação, os alunos não estariam limitados aos conhecimentos já produzidos e sistematizados, mas se colocando para além de tais saberes para reelaborá-los.
O Estágio Supervisionado, nesta perspectiva, permite ao aluno uma formação “investigativa e reflexiva” estimulando o desenvolvimento de uma práxis integradora com o ambiente escolar.
A vivência dos alunos estagiários nas escolas traz elementos da realidade para análise e reflexão. Partindo desta perspectiva da importância da pesquisa no estágio, é que estamos desenvolvendo esta dinâmica no Centro Educacional Profº Brito, situado no bairro Joaquim Romão.
Ao sairmos dos muros da academia e nos confrontarmos com a prática, podemos observar que o
s problemas são sempre atuais, reais, muitas vezes repetidos até que o olhar curioso do pesquisador lance sobre eles suas indagações científicas, suas reflexões e estudos, e se comece a produzir conhecimento sobre os elementos da realidade.
Dentre os fatores que compreendem este fenômeno, ressaltarmos a importância da investigação, que pode contribuir para minimizar problemas encontrados pelos alunos, incentivando um ensino voltado à reflexão, que possibilite a ressignificação da própria prática.
Este movimento que a pesquisa suscita e que o estágio permite, que é ao mesmo tempo teórico e prático, é o movimento de construção de conhecimento científico. No campo educacional, também se faz ciência e seus laboratórios são as universidades, os cursos de formação docente e as escolas, campo de estágio. Nesse sentido, acreditamos ser necessário um engajamento dos envolvidos com a formação inicial, no que se refere ao projeto pedagógico do curso, buscando uma efetiva preparação dos alunos no exercício da profissão. Espera-se com isso que, o aluno não se conforme em ser “mero receptor de informações”, onde o professor “deposita” o seu saber, mas se perceba como um sujeito ativo no processo de formação, alguém que traz consigo toda uma bagagem histórico-cultural, bem como, concepções de mundo, valores e conceitos, elementos que precisam ser considerados no processo de ensino-aprendizagem, especialmente no Ensino Superior.
Assim, concordamos com Freire (1998) quando diz que: “quem forma se re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado.
É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado” (p.25).

Paulo Freire - Pegagogia da Autonomia: saberes necessários à prática docente.





Um comentário:

  1. Jamire,

    vc traz reflexões importantíssimas sobre o estágio de observação. Sair dos muros da UESB e interagir com as escolas é o nosso grande desafio.

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